O Twitter e os elefantes
Existe uma velha parábola, que não vou procurar de quem é pois estou em um vôo da Webjet e curiosamente não há web, que narra uma situação de cegos tentando descrever um elefante. Cada um pega em um pedaço e tem idéia completamente distinta do todo.
A metáfora é a melhor descrição do Twitter. Nosso querido microblog não tem NADA de blog. Não há continuidade. Nenhum usuário médio de Twitter consegue se lembrar de nada além de “P.Sherman, 42 Wallaby Way, Sidney, Austrália”.
O Twitter é o triunfo do imediatismo, da instantaneidade e do efêmero.
Até aí tudo bem, nada de errado com uma estrutura de frases curtas, sem conexão entre si. O errado é assumirem que toda mensagem no Twitter é independente e traz seu próprio contexto.
Eu vejo muita gente caindo de pára-quedas sem se preocupar com contexto. Xingam por não entender,perguntam incessantemente as mesmas coisas, mesmo quando ACABAMOS de responder, e não aceitam um “veja a timeline” como resposta.
Isso não é imediatismo. Isso é preguiça. Pura completa e incapacidade falta de interesse de dar UM clique e ler UM tweet para trás.
Desculpe. Não sou seu esparro. Ninguém é. Twitter assim como blogs são conversações. Se você quer participar, ótimo. Se quer só observar, tudo bem. Mas ninguém aqui é seu empregado pra ficar explicando o que está sendo discutido por milhares de pessoas.
Se o sujeito não demonstra interesse no que escrevo suficiente para clicar UMA VEZ e ver minha timeline,EU vou perder meus preciosos minutos na Terra explicando tudo de novo? VOCÊ vai?
O pior é que o Twitter está criando uma geração de leitores de títulos (como os chamamos nos blogs) com ilusão de legitimidade. Eles acham válido que tudo se resolva em 140 caracteres e não concebem que um blog não funcione assim.
Outro efeito colateral é a horda de paus-mandados voluntários. De vez em quando me perguntam pq não gosto da Twittess. Mando links, peço para procurarem no Google. Não adianta. Querem que eu explique em 140 caracteres. Desculpem, não funciona assim, exceto para trolls.
Se você quer ser bucha de canhão de algum trollzinho, sigam-nos e pergunte “quem odiamos esta semana”.
No meu caso prefiro que tire suas próprias conclusões. Não gostar de alguém apenas porque eu não gosto não é algo que me deixe feliz em ver um leitor fazer.
Claro, são divagações quixotescas. Não tenho esperanças na melhoria da qualidade do tuiteiro médio. Como diria o Chaplin da Matrix,”Máquinas é o que sois, não Homens!”
Como a minha missão tem sido doutrinar, cheguei a escrever um post intitulado "Como não pegar o bonde andando no Twitter", no qual eu explicava que é necessário ler a timeline
do Twitter pra não cair de paraquedas nos assuntos do momento. Me pergunta se resolveu? Claro que não.O jeito é continuar usando de muita paciência e na falta dela, temos o block. Ô povo preguiçoso!
Quando entrei no Twitter, não tinha a menor idéia de como a coisa funcionava. Entrei com o intuito de apenas divulgar meu blog, mas acabei gostando da coisa. Porém, no início, ainda perdido, sai adicionando pessoas a esmo e, certa vez, um usuário ficou muito chateado comigo simplesmente porque eu (eu! um zé ninguém) não dei RT em alguma coisa que ele escreveu e que ou não me interessou, ou eu nem vi. A justificativa da indignação dele era a seguinte: "eu dou RT nos seus tweets e você não dá RT nos meus!", como se eu tivesse obrigação de achar o que ele diz interessante e simplesmente repetir porque ele fez isso com alguma coisa minha. Já vi gente se queixando que você não responde replies, como você disse, tem coisas que já foram insistentemente repetidas, basta usar a ferramenta e dar uma olhada no timeline e, por mais que acreditemos ser pessoas muito interessantes, nem sempre os outros pensam igual a nossas mães e as vezes um comentário nosso não merece resposta, é a vida.
Além do mais, eu que tenho apenas uma meia duzia de gatos pingados de seguidores as vezes tenho dificuldade de acompanhar em tempo real o que está acontecendo, imagino quem recebe milhares de replies por dia. Mas todo mundo se acha muito importante na internet.
Não acho que o Twitter crie leitores de título, apenas mostra quantos deles estão já estão soltos por aí. A pessoa age no Twitter com a mesma preguiça ou com o mesmo interesse que já age nos blogs, Orkut, MSN ou o que for. O que você está sentindo, Cardoso, é apenas o reflexo de ter que lidar com tantos seguidores onde, como era de esperar, existe um bom número de preguiçosos. No entanto seu texto é educativo e pode muito bem ser dado como resposta aos preguiçosos/perguntadores/esbravejadores de plantão. Se por um milagre eles lerem este texto, talvez outro milagre faça eles começarem a mudar de atitude. Mas acho que você não acredita em milagres. :-)
Custa ler QUALQUER coisa sobre o twitter antes de criar uma conta. Puta que pariu!
Choradeira e burrice existe em qualquer lugar que você frequente, e não seria diferente no twitter.
Os cegos descrevendo um elefante é uma antiga lenda hindu... mas ficou conhecida no ocidente graças ao poema de John Godfrey Saxe...
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