A Família Salsa

A expressão "salsinha" foi criada por mim, em uma lista de discussão onde afirmei que o comentarista típico de blog, se colocado em uma máquina de EEG, teria resultados indistinguíveis de uma salsinha, na mesma posição.
Houve briga, gente que não tem blog ficou ofendida, blogueiros acostumados a encontrar barbaridades diariamente em suas caixas de comentários concordaram, bla bla bla.
Ontem, no meu bar preferido estava eu quieto e tranqüilo tomando uma cerveja e lendo um livro, quando entra uma família com um sujeito de pé quebrado. Meu Sentido de Aranha começou a apitar. TODO sujeito de pé quebrado que vai de muletas pra bar com a família é chato. FATO.
Sentaram na mesa ao meu lado. Falando MUITO alto. Fumando. Pediram churrasco na chapa, o fogareiro do meu lado.
Isso tudo não me incomodou. O pior era ter que ouvir a conversa deles. Nem a Taís Araújo na TV conseguia me distrair. O livro? Já tinha desistido. Não havia clima.
Uma hora uma delas começou a falar que tinha visto não-sei-quem na TV ir pra África (se tem árvore é África, salsas são limitadas geograficamente) pra comer uma minha de uma árvore, mas "as aranhas venenosas já tinham comido tudo".
Estamos falando, claro, de larvas, que não tem nada a ver com minhocas, que não costumam viver em troncos. Mas é comprido, se mexe, não tem perna, pra salsa é "minhoca".
Seguindo, a sumidade disse que jamais comeria a "minhoca", que tinha visto também na TV (é o máximo de precisão, querer que lembrem o canal é pedir demais) um sujeito comendo escorpiões. Ela completa: "Eu jamais comeria bicho". Outra diz "ah mas minhoca não é bicho". O pé-quebrado lembra que o churrasco que ela comeu era bicho. "ah, mais ou menos".
Falaram de comida. Um soltou seu genial conhecimento afirmando que "pimenta não queima de verdade, só passa a sensação de queimadura, por isso se olhar não fica nada queimado na boca". As outras salsas fizeram "oooooooo" e estavam quase experimentando para comprovar tão genial insight, quando alguém soltou a pérola da noite:
"Sabem que tem uma Lei e terça que vem ninguém vai poder sair de carro?"
Começaram a discutir a constitucionalidade de Lei, um disse que sairia de qualquer jeito, outra começou a reclamar do governo...
A "Lei", claro, é apenas aquela papagaiada ecológica de "Dia Sem Carros", onde um bando de hippies que anda de ônibus mesmo finge que deixou o carro em casa pra salvar o planeta.
Depois reclamam que o Bonner chama o espectador do Jornal Nacional de Homer Simpson.
Como bem disse Einstein: "Só existem duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. E não estou muito seguro da primeira."
Esse tipo de gente tinha que ser OBRIGADO a fazer castração química.
haueuhauehuahuehahueuhaeua
Sabe, antigamente eu saia do meu trabalho que ficava na putaquepariu e ia pra faculdade, que era mais ou menos onde judas perdeu as botas. Cansada, de saco cheio e num ônibus lotado. As conversas de salsinhas de cristo me irritavam tanto, tanto, que dado que trocar de lugar era impossível, comecei a usar fones de ouvido e música no máximo sempre que possível.
Nunca mais larguei o iPod e ele muitas vezes me acalma mais que, sei lá, cerveja.
Lei é ótimo... Risos... Fala para quem mora na baixada ou no subúrbio lá na PQP que é legal deixar o carro em casa para ir de ônibus...
O máximo que se pode reclamar (há controvérsias) do Bonner é que ele é uma figura pública, e delas se exige passividade em determinadas opiniões (para não dizer "não mexa com as salsas que nos sustentam"). Mas nunca que ele esteve errado com a afirmação. Sobre a família, espero que não seja daquelas que tem 19854 canais da TV fechada, mas ao invés de procurar melhorar como pessoas, mantém a mente mais fechada que os canais. Ok, deve ser dessas famílias. Cultura na cabeça deve arder mais que pimenta no... Isso aí...
O "eu jamais comeria bicho" enquanto empurra um pedaço de churrasco pela guela foi ótimo. É por umas dessas q eu não ponho filho no mundo se não estiver animado a fazer dele gente.
Lembrei daquele dia que falaram para as pessoas apagarem as luzes.
Aqui no meu trampo disseram que isto deveria ser imposto pela operada de energia, pois se não fosse obrigado ninguém iria apagar as luzes.
Por isso que é melhor não prestar atenção nas salsas...
Pensei que só eu sofria horrores dentro dos ônibus sendo obrigado a ouvir, ou pelo menos suportar, conversa de salsa full plus até o fim da viagem. As vezes dá vontade de mandar parar o ônibus e pedir para pessoa gentilmente sentar-se na frente do pneu e gritar: Aceleeeeeeeeera Choufer!
Convenhamos, bar não é um lugar apropriado pra ler. Ainda mais no RJ.
HAHAHAHAHAHAHAHAH
Juro, eu amo ouvir essas pérolas.
Não tem coisa melhor/pior do que ouvir gente falando abobrinha.
Me sinto tão inteligente kkkkkkk
Beijo, lindo :)
No país em que vivemos, com essa sociedade sem estudo, tudo isso é comum. Tem coisas que ouvimos e vemos que são difíceis de aguentar, mas eu prefiro deixar por menos a grande maioria. Em outro caso, quem sai prejudicado dando atenção a essas coisas acabo sendo eu.
Complicado mesmo é quando essas coisas vêm dos pseudo-cultos, e dos auto intitulados formadores de opinião. Aí é dose!
Engraçado que LER é considerado uma demonstração de burrice aqui no Brasil. Agora, a da pimenta foi foda... =D
Tem gente ingênua ou inexperiente, que não tem domínio sobre este ou aquela área de conhecimento e por isto "salsam" e viajam na maionese ao falar ou agir naquele momento.
Imagino o tipo de bobagem que um Cardoso falaria sobre uma área que ele não dominasse bem :) todos tem o "seu momento salsa" na vida.
E tem também os que "Salsam" por estupidez infinita, individual e geneticamente forçada pelos highlanders para "Tem que ter APENAS UM", e se disputam entre níveis e níveis de burradas e salsadas pesadas, mesmo com gente explicando, ensinando e orientando eles pelo lado certo da coisa, não aprendem.
No primeiro caso, a pessoa aprende ou assume humildemente sua falta de conhecimento na área e pede ajuda ou orientação a quem entende, ou contrata a ajuda de profissionais na área.
No segundo caso é o mais tinhoso e manhoso de lidar. Não quer assumir sua falta de conhecimento ou entender que tá errado publicamente. As vezes, não vê sua própria salsadas, achando que tá agindo certo.
O povo que tava no restaurante era do segundo tipo, acredito. Eles eram superficiais nos assuntos, falando o que ouviam e disparavam o que pensavam, a esmo.
A melhor parte das salsas é que, se souber falar e conversar bem, pode forçar as salsinhas a crescerem e salsarem mais engraçado, na presença dos outros ;)
PUTAQUEOPARIU! Crepe&Cevada é fonte inesgotável de bizarrices!
E JAMAIS abra um livro em público, é um convite pra ser interrompido.
AMPLEXOS
Eu faço parte desse sistema educacional que cria as salsinhas. Admito a minha culpa. Peço desculpas a todos!
hahahahaha. Melhor que a ficção. Ou seria melhor dizer, pior que não é ficção?
Morro de rir.Eles se sentem totalmente engajados e inteligentes,kkk;adoro.
Brasileiro é um salsa por natureza, só alguns salvam.
A pérola que eu fui forçado a ouvir há umas semanas até que foi leve, "com essa reforma aí mudou tudo", sendo que o acordo ortográfico mudou pouquinha coisa. Mas doi, doi bastante o tímpano.
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